quarta-feira, 27 de abril de 2011

Tá virando piada !!!!

Requião diz que foi vítima de 'bullying público'


"O senador Roberto Requião (PMDB-PR) subiu há pouco à tribuna para se defender dos “ataques” virtuais que têm recebido de todo o Brasil desde ontem (segunda, 25), quando tomou à força o gravador de um repórter em plenário e, não satisfeito, apagou todo o conteúdo do cartão de memória, em que ficam gravadas as entrevistas – em flagrante caso de destempero, apropriação indébita de bem particular e violação de liberdade de imprensa. Em pouco menos de 10 minutos de discurso, Requião não recuou de sua atitude, reafirmou que não devolveria o material deletado e disse que foi vítima de “bullying público”.

“Entendi que não era mais uma entrevista, que havia nas perguntas doses de provocação, ao estilo CQC [Rede Bandeirantes] ou Pânico [Rede TV!]. O repórter queria como que me extorquir respostas, não para esclarecer o tema, mas para acuar o entrevistado, ao modelo desses programas que citei”, disse Requião, em resposta ao aparte do senador Eduardo Suplicy (PT-SP). “Fui alvo de uma provocação programada e reagi com irritação. Algumas vezes, senador Suplicy, a indignação é santa, e nós temos de pôr um fim a esse bullying público que todos sofremos pelo simples fato de, ganhando uma eleição, assumirmos um mandato público.”

Antes de se apossar do gravador, o ex-governador do Paraná falava sobre medidas antiinflacionárias quando o repórter quis saber se, caso o governo do estado implementasse uma política de contenção de gastos, ele abriria mão de sua aposentadoria vitalícia (R$ 24.117,62). Irritado, Requião, que é conhecido por seu temperamento irritadiço, tirou com um safanão o instrumento de trabalho da mão do jornalista. “Minha indignação foi muito grande, eu fui alvo de uma provocação programada".

“[Disseram que] Tirei o gravador do repórter em uma tentativa de censurar a entrevista. Também não é verdade. A entrevista está toda ela na internet, postada por mim. Quis evitar que a entrevista fosse editada não confiando no repórter por ver nas perguntas dele uma tentativa de me pôr em armadilha. Quis assim eu mesmo ter o controle da entrevista publicando-a integralmente sem trucagens”, disse o senador. Ele alegou que ainda recebe a pensão vitalícia para sanar dívidas herdadas de outros governantes do Paraná, a quem chamou de “ladrões”. “Com danos pesados de economia pessoal e familiar, eu resolvi ficar com essa pensão.”

Durante o discurso, Requião demonstrou que as rusgas com a chamada grande imprensa datam de sua gestão como governador do Paraná. “O regime no Paraná era o regime de chantagem. Assumi e logo veio o recado: apanha o governo se não abrir as burras. A minha reação foi retirar da proposta orçamentária todos os recursos de publicidade. Eu fiquei sete anos e três meses sem dar uma entrevista ao vivo à Bandeirantes, à Globo, ao SBT ou a qualquer veículo de comunicação importante do Paraná”, acrescentou.

Depois do discurso, Requião deixou o plenário e, sem parar para falar com a imprensa, caminhou apressadamente em direção ao seu gabinete. “Isso tem de acabar, esse bullying que a imprensa faz com os parlamentares”, disse, na rara vez em que respondeu perguntas. Dizendo que protocolou, há cerca de 30 dias, um projeto para regulamentar o direito de resposta, Requião declarou que, desde a extinção da Lei de Imprensa, as pessoas estão desprotegidas ante às publicações ofensivas. “Estou reapresentando o projeto para garantir à parte que se julgar lesada acesso rápido aos meios de comunicação para o restabelecimento da verdade. A falta de um instrumento como este tem me deixado e a tantos brasileiros impossibilitados de defesa quando vítimas de informações não verdadeiras.”

O senador Lobão Filho (PMDB-MA) pediu aparte e tomou para si “a liberdade” de achar que Requião possa ter errado ao tomar o gravador. Mas ressaltou o valor do companheiro de partido e, minimizando o fato, disse que se trata de um “fato menor”. “Que fique claro que apenas me apossei do gravador para evitar a edição, uma edição de desmoralização de um parlamentar sério”, rebateu Requião."

Por Fábio Goes do Congresso em Foco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário